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Planejar sua viagem por conta própria: guia passo a passo

Planejar uma viagem por conta própria (especialmente ao exterior) envolve tomar um conjunto de decisões e adotar algumas providências: reservas de hotéis, compras de passagens, seleção dos pontos que serão visitados,  vistos e documentação, dentre outras.

Recomendo realizar essas atividades numa determinada sequência, num passo a passo, para evitar problemas, aproveitar as melhores oportunidades e minimizar o risco de jogar dinheiro fora.

Por exemplo, se você reservar um hotel com tarifa não reembolsável sem ter a passagem aérea, corre o risco de ter que pagar caro depois pelos tickets aéreos.

É importante mencionar que as fases não são estanques, são interdependentes: muitas vezes, você terá que realizar uma fase já pensando na outra à frente.

Você pode deixar de visitar uma cidade A em função do elevado preço das acomodações no local. Nesse caso, não será necessário comprar uma passagem intermediária para A (fase anterior), em razão da pesquisa preliminar de preços que foi feita (fase posterior).

Em outros casos, algumas etapas poderão ser suprimidas, por exemplo, quando você adquire tours para determinados trechos. Nesse caso, não precisará se preocupar com a reserva de hotéis ou com os deslocamentos intermediários. Obviamente, caso seu destino seja apenas uma cidade específica, você também irá pular outras etapas.

Neste artigo, expomos algumas considerações sobre cada um destes passos.

1. Escolha o destino e esboce um roteiro

O primeiro passo para planejar a sua viagem é escolher o destino (uma cidade, um país, um continente etc.).

Recomendo pesquisar sobre o destino turístico, selecionando possíveis localidades a serem visitadas, suas atrações, os deveres e obrigações dos turistas e os cuidados que o visitante deve tomar.

Defina também a melhor época para visitar o local escolhido, levando em conta o clima (p. ex., não ir a Índia na época das monções), a alta ou baixa temporada (fica a seu critério!) e, obviamente, a sua disponibilidade de tempo para viajar.

A flexibilidade, tanto nas datas, quanto nas localidades a serem visitadas, é um fator importante para que você possa obter melhores preços.

Recomendo, ainda, que você faça um esboço de roteiro com as localidades a serem visitadas (A-B-C-D-E). Não precisa ser definitivo, mas deve ser um roteiro viável.

Esse esboço é importante para ajudar a realizar as pesquisas das passagens aéreas e examinar as alternativas de deslocamento entre as cidades.

2. Prepare a documentação

O segundo passo para planejar a viagem é preparar a documentação.

Para alguns países, é recomendável providenciar vistos e autorizações* antes mesmo de comprar as passagens principais. Isso é uma cautela que você deve tomar para evitar gastos desnecessários, caso os vistos ou as autorizações não sejam concedidos.

* Além do visto de entrada, alguns países exigem autorizações especiais para que o turista possa visitar determinadas cidades ou regiões, como por exemplo, o Tibete, na China.

Se você for viajar para os EUA, por exemplo, não deixe de providenciar o visto antes de passar para as etapas seguintes. É uma recomendação das próprias autoridades consulares americanas. Segundo as regras atuais, não é necessário apresentar a passagem aérea na entrevista no Consulado americano, nem é necessário fornecer os dados da sua viagem quando do preenchimento do formulário eletrônico (DS-160).

É verdade que para obter vistos de alguns países (por exemplo, a China), a passagem aérea é um documento exigido para a concessão do visto. Alguns exigem reservas de hotéis e o Certificado Internacional de Vacinação de Febre Amarela, dentre outros documentos. Apesar disso, o risco de ter o visto recusado é menor.

Para esses países, não há outra opção, você deve ir preparando a documentação ao longo das próximas etapas e, tão logo, obtiver os documentos exigidos pelo Consulado, providenciar o visto ou outras autorizações.

3. Compre as passagens principais

As passagens principais são aquelas de longa-distância que o levam ao país ou ao continente que você deseja visitar. Por exemplo, se eu vou para a Europa, são aquelas que me levam do Brasil a algum ponto no velho continente e que me trazem de volta à terra brasilis.

Tenha uma atenção especial nessa fase. Via de regra, as passagens principais correspondem a, no mínimo, 20% do valor total do custo da sua viagem.

A razão para comprá-las em primeiro lugar é que elas são as aquisições que mais estão sujeitas à flutuação de preços. Como as opções de companhias aéreas não são muitas e os assentos limitados, há uma tendência de que os preços acabem aumentando à medida que a data da viagem se aproxima.

Você pode comprar as passagens ida e volta de/para um mesmo destino (A para B e B para A) ou no modelo open jaw em que a localidade de chegada B não será a localidade onde fará o retorno C (trechos A-B e C-A).

No primeiro caso, terá que fazer um roteiro de viagem circular, no segundo, poderá fazer um roteiro começando numa cidade e terminando em outra (roteiro não circular).

4. Defina o roteiro e compre as passagens intermediárias

Nessa etapa, definimos as datas e quanto tempo passar em cada localidade, ou seja, elaborar o seu roteiro considerando as passagens principais compradas.

Para cada uma dessas localidades, é importante alocar um tempo razoável para aproveitar as principais atrações. Voltaremos a tratar desse assunto em outros posts, mas, como regra, sugiro dedicar 3 dias para cidades médias e 4 ou 5 dias para cidades grandes.

Se você pretende participar de um evento, obviamente, deve levar isso em conta na definição do seu itinerário. Os preços das passagens intermediárias e/ou os horários dos voos, ônibus e trens são outros fatores a serem considerados.

Fixado o seu roteiro, esse é o momento de comprar as passagens intermediárias, ou seja, as passagens aéreas, rodoviárias ou ferroviárias entre os destinos que irá visitar. Você também pode alugar um carro para percorrer um ou mais trechos, se isso for viável.

Convém lembrar que as passagens intermediárias também podem sofrer flutuações de preços no tempo, por isso recomendamos a sua compra tão logo tiver certeza do roteiro que pretende fazer.

5. Reserve os hotéis

Os preços de hotéis ou de outros tipos de acomodação (hostels ou apartamentos) não costumam variar tanto quanto os preços das passagens aéreas. Mas, a disponibilidade de quartos em hotéis específicos pode acabar na alta temporada.

São vários os fatores que você pode considerar na escolha do hotel: preço, conforto, localização, comodidades, avaliação, programas de fidelidade, dentre outros.

 



Booking.com

 

Se não tiver certeza do hotel que deseja se hospedar, você pode fazer reservas canceláveis que não exijam pagamento antecipado. Uma dica interessante é fazer a reserva cancelável e, mais adiante, procurar um outro hotel melhor ou mais em conta.

6. Programe-se em cada localidade

A última etapa é fazer a programação em cada localidade com base nas datas que lhes foram alocadas.

Para fazer sua programação diária, uma dica é marcar todas as atrações interessantes no Google Maps. Dessa forma, você identifica as regiões onde elas estão concentradas. Com base nisso, aloque um dia ou período (manhã, tarde ou noite) para conhecer todas as atrações localizadas em uma determinada parte da cidade, minimizando, assim, a necessidade de deslocamentos.

Para identificar as principais atrações e restaurantes, costumo utilizar o TripAdvisor. Via de regra, não tenho me arrependido ao seguir as indicações desse site.

Contrate Day Trips (tours de um dia) somente após ter certeza de que irá ficar naquela cidade, ou seja, após ter garantido o deslocamento à cidade e ter reservado a sua acomodação. Como regra, não é necessário contratar Day Trips com muita antecedência.

Resumindo: como planejar a viagem por conta própria?

Em síntese, são esses os 6 passos que o viajante independente deve seguir para planejar a sua viagem. Os passos não são estanques, pois ao realizar uma fase você já deve estar pensando na fase seguinte.

A sequência desses passos, que parte de um planejamento geral e vai até o específico, é importante para minimizar os riscos de vir a ter que pagar mais caro ou de ter que reprogramar a sua viagem.

Inicialmente, compramos o que está sujeito a maior flutuação de preço (passagens principais) e deixamos pro fim o que não precisa ser programado com muita antecedência.

Nos próximos posts, vamos detalhar cada um desses passos, fornecendo técnicas específicas para você planejar a sua viagem, maximizando a sua experiência.

Luciana Mardegan

Médica, 42, apaixonada por pessoas, sabores e novas culturas.

Comments (2)

  • Fred Oliveirasays:

    04/05/2021 at 18:13

    Em síntese, procure e contrate uma boa consultoria de viagem que ficará mais barato (um profissional sabe exatamente quanto vale cada hotel, cada passagem aérea e cada passeio) . Além do mais geralmente uma viagem organizada por um agente fica 10% MAIS BARATO que por conta própria e você ganha a consultoria com dicas e informações do destino e ainda tem toda a segurança de poder contar com um profissional caso sua viagem tenha algum problema como cancelamento por causa de uma pandemia.

    • Luciana Mardegansays:

      09/05/2021 at 10:18

      Oi Fred, existem pessoas que realmente preferem uma boa consultoria e não ter que se preocupar com nada. Entretanto, para outras, como é meu caso, todo o preparo da viagem, escolha do roteiro, dos hoteis e busca ativa das informações faz parte do passeio. Quanto a ser mais barato pela consultoria, tenho minhas dúvidas…

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